quarta-feira, 6 de maio de 2009

JÁ SEI OLHAR O RIO POR ONDE A VIDA PASSA


Comparar a vida amorosa a um rio é coisa de poeta. E dos bons. Tal como rio, forte em suas correntezas, belo em magnitude e marcante como são suas águas assim é o amor. E como é difícil falar sobre amor. Verbo de quatro letras que é inexplicável com o uso de todo um alfabeto, vocabulário, signos, línguas e expressões. Para explicar o amor é preciso conhecê-lo, como também é necessário conhecer o rio, para poder nele mergulhar.

Mergulhar no amor é necessário, edificante, vivificante. Não obstante, tal como o rio é perigoso pelo simples fato de suas correntezas serem desestruturadoras. E se a vida é o conjunto de realizações pelas quais se contempla a capacidade de amar, para se viver é necessário coragem para amar, para dar e receber amor, para se doar, para olhar o próximo.

A vida é amar. Sem amar não se pode viver, com toda a intensidade de sua complexidade. Quem passa pela vida sem um grande amor não viveu, existiu. Viver é se arriscar. Arriscar a conhecer outras pessoas e se deixar ser conhecido. Viver é ser forte para encontrar mais decepções do que realizações nas correntezas do rio do amor.

Tudo o que eu quero hoje e para sempre é poder viver um grande amor. Arrebatador, que, de tão forte mudasse toda a minha existência até então, tão forte a ponto de superar dificuldades de distancias, de preconceitos, de defeitos, de se manter. Um amor que faça da minha vida realizada, porque dei tudo o que tinha para alguém que soube me dar valor, soube valorizar o que conseguiu cativar e por isso, ter a capacidade de lutar para mantê-lo.

Como do amor ainda estou aprendendo, meio perdido nas correntezas opacas que encontro, continuo olhando o rio pelo qual a vida tem me levado, na esperança de que, um dia, nas esquinas atravessadas, minha vida seja atravessada pela força do rio do amor.

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