sábado, 28 de fevereiro de 2009

A CRISE DO CARNAVAL


Nos últimos dias eu aproveitei o feriado nacional de Carnaval para refletir. Apesar de achar visualmente lindo os desfiles televisionados pela Rede Globo e simpatizar com as notícias de outras modalidades de carnavais, como em Salvador e Recife, ambas culturalmente riquíssimas, confesso que não consigo ver-me envolvido fisicamente entre essas multidões. Talvez seja reflexo de como fui criado, pacato, no interior de um Estado tão religioso, mas que nem por isso é sem cultura, muito ao contrário, Minas é riquíssima em outras facetas culturais. Enfim.

Passei por uma virose, descobri uma bactéria que estava me fazendo muito mal. Tomei uma variedade de medicamentos, passei por diversos médicos e gastei quase uns 700,00 reais nessa brincadeira. O mais engraçado foi a proibição médica em relação à prática sexual durante duas semanas. Será que sabe que eu sou um ser que ama o sexo e que não consegue passar mais de 7 dias sem praticá-lo?

Pois bem, passado o período de penitência de abstinência, eis que surgiu a oportunidade. Resumo da ópera: Foi horrível! O homem, com seu 34 anos (10 anos mais velho que eu - adoro) também não cooperou. Parecia um tarado prestes a estuprar sua vítima. Sai daquele local com nojo, cansado e refletindo muito sobre o que tenho feito na minha vida e até qual ponto este aspecto sexual tem ou terá reflexos na minha vida, de forma total.

Nesse ínterim, tenho refletido muitíssimo sobre a possibilidade de se viver uma relação saudável, prolongada e com fidelidade com uma mulher. Isto mesmo, tenho pensado seriamente em tentar viver a heterossexualidade depois de se banhar na homossexualidade. E opções não me faltam. E justificativas também não, senão vejamos:

a) o meio gay está a cada dia mais depravado. Eu, confesso, de certa forma até contribuo com isso. Mas mesmo eu sendo mais saidinho quando o assunto é sexo, fico boquiaberto com o nivelamento por baixo que encontro por aí. Parece que as pessoas gays são maquinas de trepar. Você vai lá, mete ou dá gostoso, e acabou por lá. Manda entrar o próximo e a cena se repete. Com o tempo, vira sessão da tarde, vale a pena ver de novo. A banalização dos sentimentos e digo, até mesmo, do amor próprio e ao próximo está latente. Sei que existem mulheres assim também, mas talvez eu encontre opções mais salutares, onde eu possa ser amado e corresponder de forma digna, além de ter uma vida sexual que não seja nivelada tão por baixo, porque com quem me relacionarei não faz parte desse submundinho, que a cada dia se torna mais podre, que é o mundo gay.

b) a cada dia venho tendo mais vontade de ser pai. Estou enlouquecido pensando nisto. Não posso ver uma criança novinha que quero logo pegar e levar pra casa. Ver meu sobrinho de coração, que apadrinhei, já com seus 5 aninhos já conversando igual gente – e ter acompanhado todo o seu desenvolvimento até agora – me faz refletir se não vale a pena viver uma vida heterossexual onde a possibilidade de ser pai é plausível e eficaz, principalmente se a mãe for uma pessoa digna, que me ame e me respeite e que haja cumplicidade.

c) terei a possibilidade de desenvolver o dom da fidelidade. Esta talvez seja a justificativa que mais me atormente. Não consigo imaginar viver eticamente com uma mulher, amá-la, e viver uma vida sexual dupla. De dia é João e a noite é Maria. Não consigo me conceber nesta vida dupla, tão comum. Sei de casos de homens sérios, trabalhadores, pais amantes de seus filhos e que conseguem se dar muito bem com sua prole, mas que ‘pulam a cerca’ ora ou outra para viver a sexualidade gay. Acho isso, às vezes, mais baixo do que a podridão que se encontra o mundo gay. É enganar a si próprio, brincar com os sentimentos da esposa e dos seus filhos (sim, eles mais crescidinhos descobriram que o pai herói não é herói porque no fundo não queria ser o pai e sim, mãe), e talvez desperdiçar toda a sua existência vivendo num mundo de fantasias, de faz-de-conta.

Sei que existem exceções, que há homens gays que conseguiram encontrar em outros homens a dignidade do amor e do respeito próprio e alheio, que adotam crianças (mesmo que seja no nome de somente um dos componentes do relacionamento), e que vivem bem, se amam e se respeitam. Mais isto, no contexto gay atual é mais difícil do ganhar sozinho na mega-sena acumulada. Fora outros aspectos de se posicionar socialmente como tal, se a vida financeira não está estabelecida e independente de seus pais (o que por ora não é o meu caso).

Concluo afirmando que tenho que abstrair melhor essa possibilidade que outrora já se encontrava descartada da minha vida. Pesar os prós e os contras, tentar melhorar minha vida financeira, e continuar torcendo para que na exceção de ser gay, eu seja também uma exceção de ter encontrado um amor gay que valha a pena, porque se não, vou tentar encontrá-lo na heterossexualidade mesmo. Será que Belchior estava com a razão quando escreveu que “minha dor é perceber, que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos e vivemos como os nossos pais...”?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

HOJE EU FUI 'O HOMEM DO PADRE'


Dia 21 de janeiro de 2009. Após papear bastante pelo MSN decidi finalmente encontrar o Yuri. O que eu não esperava é que toda a sua preocupação demonstrada durante a conversa virtual fosse com a minha chegada ao local combinado, porque se tratava de um seminarista. Isto mesmo, eu nunca poderia imaginar que Yuri, com seus 20 anos, um negro lindo, todo fortinho, malhado, com seus 1.80 metros, sempre somente de cueca box na cam, fosse um quase padre.

Conforme o combinado às 22 horas eu estava no ponto de ônibus próximo à Igreja Católica do bairro. Até então eu não sabia que se tratava de um seminarista, nem do que poderia ocupar-se o gato da noite. Queria era encontrar com aquele deus negro, lindo, que me encantara com a sua maturidade e beleza na MSN.

Eis que as 22:10 chega Yuri, com um boné, bermuda, camiseta e havaianas brancas. Com um sorriso lindo e um forte abraço pude sentir pela primeira vez próximo ao meu corpo seu peitoral forte, totalmente malhado, além de sentir seu agradável cheiro, um néctar que exalou em minhas narinas, fazendo-me desejá-lo ainda mais, tendo a certeza de que não teria engano-me e em breve passaria por momentos felizes com aquele negro lindo que tanto me excitava.

Caminhamos separados (ele na frente e eu atrás o seguindo e fingindo falar ao celular) por dois quarteirões até que vi Yuri entrando numa Escola de Catequese anexa ao templo da Igreja Católica daquele bairro. Na hora travei, não entendi, a ficha parecia não cair. Continuei, afinal, quem está na chuva é pra se molhar, e, além disto, ele entrou e deixou o portão aberto conforme combinamos no ponto de ônibus, só que eu não sabia que o portão, era de uma igreja!

Entrei e rapidamente ele me puxou para uma sombra. Correu ao portão, trancou-o. Voltou até onde eu estava e de mãos dadas, sussurrou: “Me siga que vou te levar ao paraíso. Passe onde eu passar e siga em silêncio!”. Na hora, um misto de tesão e medo tomaram conta de mim. Passou pela minha mente as diversas noticias de casos parecidos que não acabaram bem. Pensei que poderia ser pego em flagrante por algum padre. Imagina? Eu, que não sou católico, ser pego dentro de uma escola catequética transando com um seminarista? Numa cidade do interior de Minas Gerais, isto seria noticia para meses, e minha vida estaria finalizada, pelo menos por essa região.

Segui-o de mãos dadas conforme ele me orientou, e entre corredores chegamos às escadarias. Subimos três lances e no terraço da escola, ou melhor, entre a escada e o terraço, na parte da entrada deste, nos entregamos ao pecado da luxúria.

Yuri com seus belos lábios negros salientes e quentes me agarrou com toda força e assim, entre nossos beijos, nossas mãos entre nossos corpos arrancavam toda e qualquer parte das roupas que usávamos. Em questões de minutos, nus, eu e o seminarista negro nos entregávamos ao prazer de ter um ao outro. Nossos corpos quentes, em chamas num terraço aberto e presenteado pelo vento frio daquela noite, desejando com todo o ardor conhecer ainda mais cada parte do corpo alheio.

Foi então que Yuri começou a chupar minha orelha, a mordê-la e com sua língua fogosa me levou ao êxtase. Parecia realmente ter encontrado o paraíso. Não satisfeito, resolveu ir para meus peitos, e ele todo malhado, encontrou a satisfação chupando meus peitos, não tão malhados como os dele. Confesso que acho que Yuri é um seminarista experiente em matéria de sexo. Em pouco tempo, detectou meus pontos de prazer total. Começou pela região das orelhas, desceu ao peitoral e terminou com um ótimo sexo oral.

Eu ali, dentro de uma igreja católica, mais de 22:30 horas, nu, entregue aos prazeres do corpo com um seminarista. Sua forma forte e rápida, mas ao mesmo tempo carinhosa e cuidadosa, me levou ao prazer com seu sexo oral, sensacional. Entre as chupadas, olhava para mim com o olhar de querer mais, de estar satisfeito tal qual uma criança com seu brinquedo novo.

Quando eu não estava agüentando mais aquela situação de tanto excitação, de adrenalina e medo, puxei-o para cima, peguei uma camisinha e o virei contra a parede, e ali, ambos em pé, com Yuri inclinado, pude penetrá-lo com toda a força e vontade que me possuía naquele momento. Sem poder gritar para não chamar a atenção, na escuridão do prédio iluminado somente com a lua e a iluminação pública que vinha de longe da rua, pude sentir muito tesão tendo Yuri se entregando totalmente ao meu membro rígido. Sexo selvagem, forte, bruto. Sensacional! Momentos inesquecíveis e diferentes por causa de todas as circunstâncias que me envolviam.

Após o prazer com o gozo ainda sentindo Yuri, nos beijamos por mais uns cinco minutos, até que nos lembramos de onde estávamos e do risco que corríamos. Nus, segurando roupas e camisinha usada, descemos um lance da escadaria e entramos no banheiro. Lá nos limpamos porque rolamos no chão, que não se encontrava limpo, entre nossos sarros, e novamente voltamos a nos beijar banheiro adentro.

Com um grito chamando por Yuri, este sai correndo e eu fico preso dentro do banheiro por mais de trinta minutos, que pareceram mais uma eternidade, recheada das possíveis conseqüências sociais daquele nosso ato. Pensei nos padres todos ali me olhando, os outros seminaristas, quem sabe a polícia, depois minha família e meu advogado, eu na delegacia prestando esclarecimentos, aff... seria horrível.

Até que como prometido, Yuri já vestido com sua roupa de dormir, aparece com as chaves do portão que dá na rua de trás da igreja. Correndo e sem fazer barulho segui Yuri na escuridão do prédio, e pelo portão sai. Yuri voltou adentrando pelos corredores da igreja e sumiu. Eu dei a volta pelos quarteirões, encontrei minha moto que estava estacionada no ponto de ônibus, e vim embora, trazendo comigo mais uma experiência irracional, maluca, exótica, recheada de adrenalina, excitação e realização.

Voltei para casa, tomei um banho, comi um pão e tomei um leite, deitei pelado na minha cama, e olhando para o teto do quarto adormeci rindo a pensar: hoje eu fui o ‘homem do padre!'.

PP: NUNCA VOU TE ESQUECER...

Agora, 13 de fevereiro de 2009, as 11:20 horas da manhã, estou muito triste. Não sei explicar o porque, os motivos, aliás, nem os conheço pra ser sincero. Mas sinto que acabei de perder da minha vida alguém muito especial. Um amigo que construi aqui na net. Com ele me abri, com ele falei coisas que ninguém mais sabe, de tão profundas e pessoais que foram. Com ele chorei, com ele eu ri, brinquei, até dancei na cam.

Mas com ele aprendi que sentimentos são estranhos, difíceis. Que amar (e não estou falando de sexo) é algo tão complexo, tão tênue, por que se não houver sintonia no propósito de amar e querer receber amor, esse sentimento se esvazia, se perde, assim como acabei de perder essa amizade.... seria por excesso de zelo, de amor, de carinho? Tudo tão confuso, tudo tão estranho! Espero que o tempo, o sábio tempo, nos faça retornar a viver momentos tão especiais, fruto de uma amizade tão bela!

Resta-me agora quando chegar a hora em que todos os dias conversavámos alegremente lembrar de você PP, de seu sorriso escondido, de sua voz meiga e penetrante, de sua amizade, e também chorar, por saber que acabou, pelo menos pra você!

PP, tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas. E esse sentimento cativo que tenho por você é imutável. Mesmo que você não queira, você o tem. E eu tenho um pedaço de você em mim, no meu coração! Nunca vou te esquecer...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

ENTRE A ESPADA E A CRUZ

Provavelmente você chegou aqui através do meu perfil no orkut. Então você já deve ter alguma noção a meu respeito, mesmo eu sendo um fake, um armariado. O que relatarei por aqui serão minhas experiências, meus pensamentos, meus sentimentos, estes sim, sinceros, verdadeiros, reais.

Decidi pelo blog após escrever algumas laudas no word, e com a finalidade de escrever um livro, que se chamaria "Entre a espada e a cruz". Desisti da idéia. Profissionalmente estou publicando meu primeiro livro e todo esse processo, você 'dando as caras', já é complicado, com um pseudônimo então mais ainda. Por isso, com o passar do tempo e das postagens, irei colocando aqui o que já tinha escrito para o livro e outras coisas adicionais.

Como trata-se de blog de um jovem gay, você poderá ler coisas digamos 'salientes'. Por isso, se você for puritano, feche agora esta página e vá rezar! Se você ficou, prepare-se, esta seria a apresentação do meu livro. Agora será do meu blog. Fatos verídicos. Boa leitura e retorne sempre, pretendo deixar isso aqui atualizado semanalmente, no mínimo.

"Domingo, 13 de abril de 2008. Assim começa uma curta história, porém intensa, de uma luta interna do espírito e da alma contra os desejos do corpo, que não deveriam existir. Local? Banheiro do Shopping Del Rey em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Saindo de um processo seletivo público, Marcinho experimenta entrar naquele imenso shopping para conhecê-lo e tomar um saboroso sorvete de chocolate. O sabor experimentado foi outro. No banheiro do primeiro andar, próximo as divisórias de mármores, Marcinho percebe a presença de um belo rapaz, branco, atraente, magro e forte, com uniforme da C&A que ostentava ereto seu belo pinto de mais de 20 cm e grosso, com veias à mostra. Bastou olhares se trocarem e Marcinho experimentou pela primeira vez o que era chupar, aguaixado e segurando nas laterais divisórias, em meio a adrenalina de ser pego em tal ato num local público, um lindo pau de cara atraente, embora não possuidor de um lindo rosto e sorriso. Ao ouvir o barulho de alguém entrando no banheiro, Marcinho e seu primeiro pau, anônimo, se separam eternamente, cada um entrando numa divisória e saindo de fininho do recinto.

Sexta-feira, 10 de dezembro de 2008. Ao adentrar a Spicemen, sexy club gay, Marcinho dá de cara com um sorridente quarentão. Seu nome Renato. Uma mistura de Victor Fasano com Roberto Bontempo. O cavanhaque cortado perfeitamente abria-se para um belo sorriso de dentes grandes, brancos e bonitos. O corpo definitivo demonstrava tratar-se de um quarentão em forma, amante do sexo e das experiências homossexuais. Bastou entrar no dark-room para que Marcinho pegasse no enorme pau de Renato, mais de 20 cm e muito grosso. Marcinho lembrou-se da sua primeira experiência em abril com um outro grandão. No dark-room que estivera tantas vezes atuando ativamente com vários corpos, Marcinho entregou-se passivamente à Renato, que deitando-o na quina da cama dura e com uma linguada com muito cuspe no cu, penetrou-o devagar. Marcinho sentia-se possuído pela dor misturada ao prazer de sentir um membro rígido no seu rabo. Naquele momento Marcinho descobriu que poderia ser feliz também como passivo, desde que encontrasse pela frente outros Renatos. Naquela mesma noite Renato ainda o possuiria num canto do Sexy club, forçando Marcinho abaixar-se ao máximo e sentisse a presença de seu enorme pau penetrando-o. No último contato com Renato, Marcinho o comeu de frango assado, na presença de mais de seis outros homens, sentindo que Renato possuía um ânus quente e apertado, passando-o posteriormente para os demais presentes.

Entre a primeira e a última experiência na Capital Mineira, Marcinho teria experimentando o prazer sexual, que reprimira por mais de 22 anos, com alguns outros homens, regado à depressão, choro, frustração pessoal, desesperança de se alterar suas vontades sexuais, e muita, muita música de Ana Carolina, sua musa.

As historias principais que marcaram Marcinho Bartimeu serão conhecidas nos próximos capítulos".