domingo, 29 de novembro de 2009

IMAGENS DA MINHA INFÂNCIA: GAY


Há quanto tempo não confesso por aqui? Muito tempo. A vida agitada faz com que nos privemos das coisas boas da vida. Coisas simples, como confessar, pela escrita, nossas angustias, dramas, dificuldades, bem como as felicidades, surpresas e novos horizontes da vida que se abrem.

Com o final do ano se aproximando vem a necessidade de se encerrar mais rapidamente algumas atividades, fazer balanço das coisas que fluíram de forma ordenada e completa e das que, por quaisquer motivos, desandaram entre o caminho percorrido. Posso me considerar realizado, neste ano, pelo menos na perspectiva profissional. De desempregado em dezembro de 2008, a empregado público, sendo rapidamente elevado à chefia, por competência puramente técnica.

Termino o ano de 2009 também mais conhecedor da realidade do contexto homoafetivo. Permite-me conhecer mais pessoas deste meio. Principalmente neste segundo semestre. Fazer amizades e perceber que nem tudo se resume unicamente a sexo. Existem muito gays mais contidos, mais centrados, com foco em outras coisas que não o prazer horizontal. Tenho alguns vários conhecidos, outros amigos mesmo. Homens e mulheres. Sei que por morar no interior de Minas, e ser a fofoca sobre a vida alheia, o hobby preferida de uma sociedade que vive arrotando caviar – mesmo comendo couve –, que a uma hora dessas meu nome deve dar correndo na língua dos que vivem a vida dos outros – razão pela qual as suas são horríveis -, não me importo mais. Resolvi ser feliz como sou, me aceitar, me valorizar. Passo também a valorizar quem sabe de mim e me ama como sou. Tenho meus valores, meus conceitos, meu comportamento civilizado, e minha postura homoafetiva não são prejudiciais em nenhum momento nestes aspectos de convívio social, muito pelo contrário, até contribui para aflorar a sensibilidade necessária para se lidar com alguns de comportamento heterônomos. Ademais, quem sabe sendo isso assim “mais de conhecido público”, novos interessados não se aproximem, e no final de 2010 eu não venha aqui concluir que vivi o melhor ano da vida no que diz respeito ao amor? Estou também aberto ao amor. E como estou!

Hoje estava pensando sobre ser gay e tentando puxar na memória, se eu, ainda criança, apresenta características disto. Eu me lembro que tomava muito banho com meu pai. Ele pelado e com seu pauzão mole balançando. Não sei ao certo, mas não acho que ele tenha feito nada que me marcasse e me levasse à homossexualidade. Agora, relembrando puxei na memória quando dei minha primeira ‘pinta’, aos sete, oito anos.

Lembro-me sempre dessa imagem: meu pai quando ia trabalhar vestido com seu uniforme marrom, sempre dava um beijo selinho da minha mãe. Um dia eles tinham brigado a manhã inteira – e suas brigas sempre foram muito calorosas, talvez isso tenha deixado traumas, não sei ao certo, pode ser –, mas como eu tinha me acostumado em ver meus pais dando o tal selinho, naquele dia não ia rolar. Ele já ia entrando no seu carro e minha mãe perto. Eu comecei a gritar e a espernear, e gritei: “Paaaaaaaaaaai, você não sai daqui hoje sem dar um beijo na minha mãe. Anda!”. Coloquei a mão na cintura e parei olhando pra ele com o rosto virado. Ele fechou o rosto pra mim – hoje eu lei a cara: “essa peste vai ser bicha e dar o cú por aí” – e deu o selinho na minha mãe muito a contragosto, entrou no carro e saiu.

Outra vez, ainda com meus sete, oito anos, foi quando sai toda rebolando pelo corredor que tinha em casa e meu pai viu. Ele falou: “anda como homem rapaz. Filho meu não é viado e se virar quebro ele na porrada!”. Foi ali que me travei com meu pai e comecei a tratá-lo como um estranho. Nunca tive intimidade pra conversar com ele sobre dúvidas de sexualidades quando, principalmente, na puberdade e na adolescência. Quando meu pauzinho ficou duro pela primeira vez vendo o Tuca Andrada comendo a Joana Fomm dentro da cadeia na novela Fera Ferida, não pude perguntá-lo se isso era normal. Quando começaram a sair os pelos pubianos, não foi com ele que conversei. Minha primeira gozada ao me masturbar não foi com ele que falei. Algumas das minhas duvidas, e ainda muito superficialmente respondidas, foram sanadas pela minha mãe mesmo, mas sempre envolvendo a religiosidade, o “dom de Deus ao criar o sexo para depois do casamento”. E eu que queria apenas saber que porra era aquela porra que saia do meu pau, quando ele ficava duro e eu batia. Hehehe!

Outro fato da minha infância em relação à homossexualidade foi quando na terceira serie, meus coleguinhas de sala conseguiram uma “Playboy” da Carla Perez e todos se amontoavam na quadra de esportes do colégio para verem a buceta dela e falando que queriam comê-la. Eu sentia nojo daquela cena. Primeiro que ver a buceta da Carla Perez num papel não me interessava nem um pouco. Depois era saber que aqueles meninos iram grudar as paginas daquela revista de tanto baterem punheta juntos no banheiro do colégio. Argh! Mas interesse foi quando minha amiga – Ana Paula o nome dela – apareceu com a G Mazagine do Vampeta, com o seu pau na rede e na grade do gol, eu ter pedido pra ver, só por interesse, sabe. Hehehe!

Na verdade sempre fui gay, sabe? Fatos isolados que aos 15 anos culminaram na primeira experiência sexual homoafetiva – horrível alias. No período de abstinência sexual total ate os 22 anos, e no desenrolar de várias experiências aos 23 anos, e agora aos 24 anos, na maturidade como ser humano, onde o sexo é bom, o amor, melhor ainda, por isso querê-lo muito.

Imagens da infância gay. Eu sou fruto do amor, nem de Deus nem do Diabo. Por isso sou assim, desde pequeno.

Abaixo um vídeo de um gay ainda criança. Uma pena que quando eu era criança, internet era coisa de americano. Youtube não existia e ficar famoso na web era coisa do futuro. Hilário o vídeo.

Se jogaaaaaaaaa pintosa!

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